quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

O OFF DA CRUZADA

OFF TOPIC


DA


CRUZADA DA LUZ


Como todo PBEM parece ter o seu, nada mais justo que a Cruzada da Luz conte com um espaço para se discutir fora do jogo os aspectos extra-contextuais (pero non troppo) da saga.

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Ato III Tomo VI: Os Horrores da montanha


 O grupo estava sentado em prontidão... demorou alguns minutos.


(*) Estou de volta... - fala a voz inconfundível do Rei de Terra. - Podem me ouvir?


- (**)Pensei que o senhor fosse incapaz de se comunicar conosco enquanto dentro da caverna.


(*) Um dos dons de Melekashiro é se dividir... e agora EU posso dividir minha consciência. Estaremos "ocupados" a partir da divisão do caminho. Mas se seguirem-nos e na bifurcação tomarem o caminho oeste, terão uma surpresa.


(**)E o Time da Luz?


(*)É o mais curioso dentre todos. Aceitam crimes e vinganças... Embora Asuka-chan prepara para confrontar os réus confessos. E muitos demônios emergem com sequer uma menção genérica... bastando apenas ler a alma do mais propício a fornecer matéria-prima para a discórdia. Nem precisei mais que isso.


(**)Perdoe-me... mas o senhor disse "Ler a alma"?


(*)Outros possuem mesmo objetivo que eu, professor... mas os tolos buscam acumular conhecimento temporal e magias brutas. Eu sei qual a VERDADEIRA fonte do poder. E em breve, assim que triunfarmos a Guerra Elemental, entrarei nos salões do saber da oniciência como um igual!





 Atenção... - fala Therak. - Setas de pressão...


 Vilo se aproxima chamado por Therak.


- Eu diria que é meio arcáico... - fala Vilo. - Deve ter uns cem anos... mas pode ser...


 Vilo não termina a frase. A mera respiração dele rompe o dispositivo, e um som mecânico é ouvido... e agulhas enferrujadas correm por sulcas empoerados tão velhos que sequer saem da boca do disparo.


- Putz... - ri Vilo, enxugando o suor. - Essa peste deve ter uns cem anos...


- Tá perdendo o toque, nanico? - provoca Del.


- Essa armadilha deve ter uns duzentos anos. Sem uso nem manutenção, armadilhas de precisão acabam ficando inúteis.


- O monstro é uma consciência sem corpo... - pondera Thiago. - Então... não precisaria se preocupar com esta passagem.


- E o tesouro do monstro... - fala Chan. - Estava numa câmera anterior... é a única indicação de que outras criaturas usaram esta caverna antes além do demônio. ninguém deve ter chegado até aqui desde a instalação desses dispositivos.


(*)Vocês falam como se quisessem proteger essa criatura, e não destrui-la. - resmunga o Rei de Terra. - talvez eu devesse seguir os pensamentos constantes de Cymasi e ... Alista-la.


- Se Spaniel estivesse aqui ia dar a palestra sobre "chance de redenção"... - fala Thiago. - Mas basicamente, tenha em mente que não destruímos gratuitamente criaturas. Damos a chance a elas.


(*)- Mesmo sendo um escravagista que por séculos patrocina guerra entre Youkais e humanos? um genocida que almeja cruzar livremente a barreira de abys? Quero saber se quando encontrarem um vampiro vocês encravam uma estaca no seu coração ou sugerem uma mudança de dieta...


- Escolhe bem as palavras, Majestade. - comenta Therak. - Agora a pouco nos provocou com revelações... e agora...


(*)- Quanto às revelações, se lhes deixam inconfortáveis, mais do que todos entendo os segredos de Dex e Vilo. Eles não tem sequer a pretensão de viver à altura de vocês. Vilo até que sofre remorso e é capaz de atos altruistas... e quanto ao crime de Dex, que tanto inquieta Srta. Chan, foi um ato de vingança motivada, em solo Wenhajin. As leis taliônicas de Wen-ha justificam matar para compensar uma perca. Você reconhece Dex como um ser inteligente e responsável, Milady?


 Chan fas silêncio e encara o felítrius.


- Se não pensasse assim, não permitiria que acompanhassem nossa jornada. - fala a pena-de-bronze.


- (*)Então, acredite em minha palavra: nesse aspecto ele é inocente.


- Eh... estou confuso... - resmunga Del. - Você acabou de apaziguar nossa turpe?


- "Galera... agá... tá me ouvindo?" - fala a inconfundível voz de vilo na mente de Armageddom, de dá o alerta.


 Vilo, que havia ha pouco voltado para sua posição na retaguarda ha poucoentrava em contato com Armageddom.


- "tem alguma coisa aqui... passou por mim e ignorou, e ... Tá quase nos seus calcanhares".


- Não vejo nada... - fala Thiago. - Therak?


- Negativo...


- Tem algo errado aqui... - rosna Dex. - Só não sei o que é... eu só ... sinto.


-(*) que tal ser mais específico, senhor Vilo?


- "Mais que 'nos calcanhares' eu não posso..."


- SUBSOLO! - grita Cymasi.


 Galhos e espinhos emergem com ventosas dentilhadas por toda a extenção de um caule que fazia vezes de tentáculos...



(*)- é só um horror menor. Poupem-se para o verdadeiro mal.





- Quem ele pensa que somos? - protesta a jovem assistente. - Saqueadores?


- O que você tem contra saqueadores, irmãzinha? - ri outro membro, que separava gemas e jóias de largas moedas antigas de ouro e prata.


- São da dinastia Lee! - fala outra peça, removendo um pesado elmo para enxergar melhor. - Mestre... foi quando Wen-ha tentou se incluir no comércio mundial! são raridades...


- E porque acha que eu tenho qualquer interesse nesse lixo, vermesinho? - protesta aquele que liderava o destacamento. - Procure algo que possa trabalhar, e você aí colha sua matéria prima.


- Vejo que não compartilha o fascínio com metais nobres, senhor. - interrompe o homem alado de vestes límpidas. - Quando a paz vier, devo mostrar o castelo de meus pais. Aquilo sim é uma visão.


- Hump... - rosna um anão cinzento que mordia rudemente uma moeda verificando sua legitimidade. - Você fala como se fosse filho da Daos, môço!


- De Daos não... de Mithos.


 Todos param com um rosnado raivoso.


- Seu cãozinho encontrou algo, anão! - fala a jovem. - Será que são eles?


- O Rei é um gênio infalível. - contesta o alado. - Só nos mandaria aqui se tivesse certeza que nem aquele ... Therak... poderia nos ouvir.


- Mesmo assim sejam silenciosos. - protesta uma áries usando armadura de madeira e couro. - Aquelas não são a vida de Falena, nem a marca de Gorak. São a vida do solo do inferno... e devem perecer!


- Ahss, Lukhard... - divaga com uma voz de serpente outra mulher... essa alta e coberta por um manto. - Por que sserá que eu tinha tanta sserteza que a antessipassão de nosssa entrada e esste ataque esstão ligadoss? Disperssar defenssoress locaiss ssem demonsstrar aos sservoss de Asssura? *


Duas criaturas similares às que atacam os cruzados na passagem à frente aparecem lentamente na alcova, desenterrando seus corpanzis.


- Duas plantas demoníacas... - bufa com despreso o Bispo do Rei. - Que fossem celestiais, mera vida orgânica não será desafio ao Time de Terra. Esmaguem-nas!






 Os múltiplos tentáculos cobriam completamente a passagem. O corredor estava reduzido de forma que só 3 poderiam atacar por vez. Se flutuassem ou andassem pelo teto, poderiam lutar também. A planta estica seus ramos por 7 metros. Atacantes à distância, se 3 atacarem diretamente, terão uma penalidade em acerto de ataques à distância. Teleportes e manobras que envolva vôo podem ser tentadas.


 Vilo está atraz da criatura, não tendo sido percebido. Mas pondera se dano perfurante seria eficaz contra uma planta.


* A fala dela possui erros crassos de ortografia, propositais para representar uma fala silibante.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Ato III Tomo V: O Demônio de 200.000 almas


O virote de Vilo, rompendo o joelho direito da criatura, basicamente abriu uma seqüência de ataques com força total dos heróis. Dex ainda estava detido pela criatura, mas sua espada alcançava a criatura. A aura de ar realmente desgastava a rocha a cada ataque.


 A magia de Cymasi ainda estava fazendo efeito nas flechas de Del, que não só feriam como atordoavam a criatura cada vez que ar e água explodiam em seu corpanzil. E com a criatura caída de joelhos, os demais atacantes não tiveram problema em golpea-la.


 Veritas chegou a cortar fora a cabeça do monstro, mas ele não cessou por isso.


 Dex é brutalmente castigado por não conseguir suplantar a força da criatura e estava prestes a perder os sentidos... mas não parava de atacar.


 


 Chan se levantava enfim e observava que a luta estava quase vencida... e que Melekashiro(s) apenas contemplavam. Algo estava acontecendo pois o monstro parecia distraído, como se ... conversasse com alguém.


 


- ... Dex...


 


Enfim, a criatura sucumbe. Dex estava nas últimas por ter sido o alvo da fúria do monstro, mas com o orgulho de ter sido seu o último golpe que deu fim à monstruosidade. Cymasi tentava recompor suas energias para curar o felítrius, e Melekashiro se “unia” de volta.


 







(*)Senhores, espero que todos estejam em posição e pacientes, pois em breve perderei momentaneamente o contato.


 


(**) Chegamos mais cedo, senhor. Como nos avisou, sofremos das alucinações, mas fomos capazes de superá-las.


 


- O que foi que o magricela disse, pai?


 


- Shhh! – repreende o Bispo do Rei de Terra. – Silêncio...


 


(*) eu coletei bastante coisa sobre o Time da Luz. Com isso, apenas o time de Trevas possui o elemento de mistério.


 


(**) O seu amigo Mnemogoh não será empecilho? Pelo que soube, ele honra os jovens que o ajudaram no passado...


 


(*) Sua preocupação é válida, professor, mas a fidelidade de Melekashiro para comigo é superior. Eu já a pus à prova.


 


- Mestre... Algo que eu possa ajudar?


 


- Mantenha o resto da corja a uma distância que não me incomodem... E bastará.


 


- Ce não mudou nada, Pai.


 


- Não incomodem o Mestre! – repreende a doce auxiliar. – E então?


 


- Silêncio. – fala o bispo. – A Caverna foi dominada. Vejamos como o Rei de Terra e a Torre jogam no tabuleiro de Luz.


 







 


- Melekão... Eis a caverna... – fala Del. – que tal conversar agora?


 


Melekashiro encara as sólidas paredes com interesse. Parecia ao mesmo tempo ouvir e farejar a rocha.


 


- Mais ... Fundo...


 


- Eu pensei que íamos conversar aqui... – fala Therak , postando-se em seu caminho.


 


- Mais... Fundo! – urra o Mnemogoh.


 


- Creio que devemos exigir uma resposta mais articulada que um mero “mais fundo”. – insiste o construto. – é bem provável que estejamos indo para uma armadilh...


 


- (*) A necessidade de adentrarmos mais na montanha é porque a superfície da montanha é o campo quântico usado pelo regente desta montanha, que pode usar contra nós não só alucinações, colossos de rocha, bem como vasculhar mentes expostas, à qual a minha se inclui se sentarmos e ouvirmos seus chiliques.


 Todos fazem silêncio. A voz parecia ter sido projetada de lugar algum.


 


- Mais... Fundo... – fala Melekashiro, levemente empurrando Therak do caminho e seguindo o corredor escuro.


 


- Rei de Terra, senhoras e senhores. – fala Thiago.


 


- Melekão... – adianta Del após alguns instantes de caminhada. – Quem é esse cara aí?


 


- (*)“Esse cara aí” já pode responder por si, senhor Del. – fala a voz. – Tenho motivos para me ocultar ... E com o histórico de senhor Thiago e Milady Cymasi... Não sei se posso incluí-los no rol das pessoas que me conhecem. Por hora, chamem-me de Rei de Terra.


 


- Você é aquele artefato que eu vi em minha ilusão? – pergunta Cymasi. – porque não me respondeu?


 


- Bem, por dois motivos óbvios àqueles que praticam a Oração dos sábios que eu tentei ensinar: A primeira, iria me expor a seu oponente; a segunda: porque eu não o quis.


 


- Hump! Temos alguém genioso dentre nós...


 


- Não tenho porque ser sensível a seus egos, senhor Armageddon... Entenderia isso se suas faculdades telepáticas estivessem ampliadas ainda. Mas à essa altura, regressaram a seu padrão de potencialidade... Bem como os sentidos de Therak e outros talentos afetados.


 


- Rodando análise... Correto. Sentidos funcionando em seu limite normal.


 


 Therak aproveita para (off)


 


- É uma pena... A ultra-telepatia me foi bastante útil... Como a dica sobre “Kani” ao Pésligeiros.


 


- Peraí... Era você? – espanta-se Vilo.


 


- Apesar da aparente insensividade, gostaríamos que aceitasse nossa gratidão por sua ajuda, Rei de Terra. – fala Chan. – Mas ainda precisamos de um favor... O que sabe sobre o que nos cercam?


 


- Bem, creio que é hora... Estes túneis se estendem um pouco mais antes que nossas atenções sejam precisas.


 


“Creio que a maioria dentre vós ingressou na Nova Ordem da Luz Elemental seguindo as histórias dos bardos intituladas “O Demônio Interior”. Se lembrarem bem, a invasão felgoziana e toda a crise de três anos atrás se deu pelo surgimento de um Demônio, criado com a morte simultânea de seiscentos e sessenta e seis seres inteligentes”.


 


- A Besta de Dher... – sussurra Chan. – Hykaru seria muito útil aqui ...


 


“Nem tanto”. – interrompe o Rei de Pedra. – “Basta apenas o exemplo das crônicas de ‘ODI’. Se uma criatura como aquela emergiu das almas de pouco menos de setecentas vidas ceifadas de uma só vez, imagine o que não pode emergir de Duzentas... Mil... Morte... Simultâneas”.


 


- Mesmo em guerras e execuções há um espaço entre as vidas perdidas. – fala Thiago. – Os únicos eventos capazes de algo desse porte são a Guerra Elemental e o Grande Inverno.


 


- “Há outro, que é uma vergonha que esqueça, Thiago... a razão de vocês terem vindo a Wen-ha”.


 


 Thiago pondera e então lembra.


 


- A Kamiseykuroshi... – urra ele.


 


- “Tatsugatana Noiro impede o Sepukku de Mishato Lee, e como conseqüência Kuori Tatsusama executa, com um único golpe, quase todos os habitantes do sul da ilha-continente de Wen-ha. Energia cármica capaz de gerar trezentas Bestas Infernais”.


 


- Mas mesmo irresponsável, Naron é um deus! – fala Chan. – Um ato dos deuses não daria vida a um demônio!


 


- “Não conscientemente, sacerdotisa Dai ki. E lembre-se que a grande maioria das almas eram Wenhajins... Almas imortais, que já estavam vinculadas aos deuses. Mas o carma e desequilíbrio, de uma população maior que a de muitos reinos, gerou uma criatura. Era um espírito, mas ao contrário das Bestas, não tinha corpo. Possuía grande energia e ódio. Essa força maligna se impregnou em um grande bolsão de energia local para poder preservar sua vida... e vocês pisam no corpo temporário desse oponente”.


 


- O Youkai da montanha... É esse demônio incompleto? – pergunta Cymasi. – E sua essência mesclada à Terra faz com que ele gere os gigantes de rocha... Mas porque ele escravizava humanos e Youkais?


 


- “Com um espaço de Trezentos anos, muita coisa deve ter acontecido.  Mas antes, segundo os sentidos sobrenaturais de meu velho amigo, chegamos à caverna logo abaixo da Fazenda. Melekashiro, por gentileza, traga uma raiz."


 


 O Mnemogoh estica seu corpo até o teto da caverna, e empurra seu braço por uma fresta. Com força fenomenal, ele tritura a rocha ao redor e começa a arrastar uma planta e muita terra por raízes que mais lembrava tubos semi-translúcidos, por onde o líquido rubro corria. Logo, uma das estranhas plantas é arrastada para dentro da caverna.



 


 Therak, com seus sentidos regulares, escaneia com raios x o caule da planta.


 


- Há uma criatura humanóide lá dentro... – fala Therak. – Ainda há temperatura corporal...


 


- “Mas a alma há muito foi sugada, Therak. Verifique a ausência de Sistema Nervoso Central. O Líquido digere neurônios e energia, formando as carnes, que são levados à aldeia para que os escravos humanos processem-na e enviem por tubos similares às raízes dessa planta. Youkais e humanos, por gerações, fornecendo o material que lhes concedia a vida, e servindo de escravos e matéria prima. Seu intento: Criar um corpo”.


 


 Cymasi vira o rosto horrorizado. Era perversão e crueldade inimaginável.


 


- Havia um único Youkai e um único humano... – fala Thiago. – Não deve faltar muito para terminarem tal obra.


 


- Eh... E nós vamos deter esse cara? – resmunga Del. – Parece pesado demais para nós...


 


- “Não que incidentes em que mortais superam demônios com trejeitos de divindades menores sejam inéditos, mas sim... é um desafio ‘pesado demais’. Mas acredito que a chave esteja com um de vocês.”


 


- Explique-se...


 


- “Apesar de Naron ter sido o responsável, ele ignora tal intento. Este bolsão de energia camufla a existência do demônio. Mas se ‘o Ardiloso’ descobri-lo, tentaria ocultar seu erro dos demais deuses. Então, bastaria levar algum dos sentidos de Naron até a Besta. Alguma idéia?”


 


(Espaço para Roleplay)


 


 Mnemogoh para e rosna.


 


- “A partir daqui, há armadilhas”. – fala o rei. – “devemos planejar cada passada agora. Caminhe com cautela, e pondo em prática as técnicas que desenvolvemos, velho amigo.”


 


- Qual é sua relação com o Melekoso, ô escondidinho? – pergunta Dex.


 


- “Somos conhecidos de longa data. Aprendemos respeito mútuo um pelo outro, e, com a oportunidade conferida a nós por Daos, e as experiências de Melekashiro com sua cria, fizemos a aliança”.


 


- Como assim “aliança”?


 


- “Apesar de moderado, vocês perceberam a fonte de meu poder. Sou um gênio estrategista, e conjurador arcano de grandeza 7. Acumulo conhecimentos modéstia à parte invejáveis e ostento dons psíquicos raros neste plano de existência. Para me superarem, precisariam usar da força bruta. Já o Mnemogoh sempre foi um combatente de alto nível, com potencial quase ilimitado, como o seu antigo oponente, o Mnemogoh negro, demonstrou. Mas encantamentos ou uma mente mais sagaz ou manipuladora poderia iludi-lo e suplanta-lo”.


 


- Juntos... Vocês têm força, magia, e inteligência... – fala Thiago.


 


- “Na verdade, o conjunto de nossos talentos somados é mais extenso, mas na prática é isso: Apesar de nossos ‘títulos’, o Conjunto de nossos poderes é a quem batizo de ‘Rei de Terra’ verdadeiramente. Infelizmente vocês terão de ver o resultado da coesão na extremidade oposta de nossas forças”... a não ser que saibam mais sabiamente seguir as regras do jogo. Dentre todas as criaturas envolvidas, acredito que apenas eu conheço exatamente todas as regras.


 


O Mnemogoh para mais uma vez, diante de uma divisão do caminho em quatro corredores.


 


- Armadilha... Armadilha... Oni da Montanha... Tesouro. – rosna Melekashiro apontando a passagem Leste, a nordeste, a norte e a oeste respectivamente.


 


- “Exagero se chamar para mim todos os talentos ligados à mente”. – continua o rei invisível. – “Os Mnemogoh possuem alguns sentidos e instintos surpreendentes. Podem identificar linhagens genéricas de demônios, sentir intenções, e outros mais genéricos. Não surpreendentes como seus dons latentes, senhor Thiago, mas se bem usados... eh, Não se adiante ao tesouro ainda, senhor Pesligeiros”.


 


- Hein? – resmunga Vilo.


 


- “Eu tenho algum interesse no tesouro também. Especialmente ouro bruto e diamantes”.


 


- Então esse é o verdadeiro motivo para sua jornada? – aponta Therak. – O “Vil Metal”?


 


- “Há formas mais seguras e lógicas de conseguir esses tesouros, Therak. Não me subestime”.


 


- Então é isso ou convocar esse demônio para seu time! – aponta Cymasi.


 


- “Oração do Silêncio, Milady... Pensei que eu havia ensinado isso. Se esse fosse meu intento, expor tal conhecimento prematuramente me tornaria seu inimigo. Vocês penaram contra as manifestações de terra há pouco... Quer mesmo enfrentar ao criador daquelas monstruosidades aliadas a mim e Mnemogoh?”.


 


- Mas devemos crer que você é apenas um cara legal? – retruca Thiago. – Tem muitas incoerências na história desse demônio... E se você não...


 


 Thiago não termina a frase. Melekashiro urra como uma fera, ostentando o olhar ameaçador há poucos centímetros dos de Thiago, que assustado salta para traz.


 


- “Sentir motivações.” – interrompe o Rei de Terra. – “Procurem ter ‘pensamentos felizes’ ao tratarem comigo... pois da mesma forma que Melekashiro ignorou meu comando para salvar eu amigo elfo, posso deixar que escape sua fúria. Ele possui devoção ainda maior por minha integridade que para com qualquer de vocês”.


 


- Então, é um impasse de confiança?


 


- “milady Daiki... seu dom da verdade pode funcionar quantas vezes por dia? Uma? Duas?”


 


- Três vezes. – responde Chan. – Procurei desenvolve-la após desapontamentos ao longo da Primeira Cruzada.


 


- “Bom, eis minha proposta: responderei a três perguntas que vocês queiram fazer, desde que não comprometam meu time. Milady Daiki garantirá que eu não estou mentindo. Mas em contrapartida, quero ter direito a três perguntas também... Nas mesmas condições. No meu caso, confiarei que vocês não mentirão... Concordam?”

domingo, 27 de novembro de 2005

Ato III Tomo IV - alcançando a caverna


 A revelação da fazenda era perturbadora. Todos debatiam teorias exceto Melekashiro, que permanecia calado.


 O fato de terem recuperado D'artagnhan e Kioru era um bom sinal, mas muita coisa ficou no ar após aquele território Youkai que os desafiaram. Caminhavam com cautela a partir de agora.


 De tempos em tempos os aventureiros paravam para averiguar seus mapas, mas o Mnemogoh sequer reduzia o rítimo. Andava por aquele território hostil e complicado com perturbadora tranquilidade.


- O Bege dele lembra amarelo, Chan... - sussurra Del.


- Não é um desafio, Del. - retruca Thiago.


-Eu estou preocupada... - sussurra Chan. - Ele parece ter mudado demais desde a última vez que nos vimos... não é à toa que tantos de nós tiveram ilusões com o Mnemogoh Negro... E como não sabemos a natureza das tais Guerras de Dee-jihn, podemos já estar envolvidos...


- Por hora é nossa melhor chance, Mon Cher... - fala Thiago ainda ofegante. - Nós talvês nem tivéssemos passado dos primeiros guardiães... talvês teríamos nos perdido nas trilhas da Montanha...


- Outra coisa essa situação me lembra. - fala Therak. - Balnar.


- Psiu! - resmunga Del. - E se ele ouvir vocês?


- Só você parece confortável com esse monstrengo, senhor elfo... - fala Cymasi. - Talvês seja melhor nos... Precaver...


- Eu não dou pitaco... - fala Vilo. - Não é da minha "época de Cruzado"...


- Caverna! - fala grutalmente Melekashiro, apontando para uma elevação na estrada.




- Mais dos pentelhos de pedra... - fala Del. - E aqueles dois são maiores que você, melekão...


- Olhem só... - observa Therak. - A aldeia humana. Está muito mais organisada e conservada que a dos Youkais...


- Casas de rocha sólida esculpidas... - expanta-se Chan. - dá a impressão que os Youkais eram os escravos e os humanos capatazes bastante aceitos pelo "senhor"!


- Olhe de novo, Senhorita Chan... - fala Cymasi. - Onde estão os humanos?


Realmente a cidade estava deserta. A única exceção era um solitário humano que movia um engenho feito de madeira e rocha, como um gigantesco pilão. O cheiro adocicado que vinha da fazenda é sentido naquele lugar.Mas precisariam chegar mais perto para ver o conteúdo daquele maquinário.


A caverna era guardada ao norte por dois daquelas criaturas de rocha, mas eram maiores que as anteriores. Eles pareciam concentrados no único trabalhador em atividade.






- Eles perderam quatro horas... - observa Kaede envergonhada.


Noiro nada fala.


- Vai mesmo... abandona-los se passarem as seis horas?


- Você quer que eu os abandone?


 Depois do que houve ha pouco, Kaede prefere não provocar o ninja de novo. Estavam em um "local comum" embora ele não admitisse.


- Os aldeões vão fazer uma festividade para comemorar o nascimento do rio... - fala ela desconversando. - Você poderia... bem... eu...


- Divirta-se. - fala ele. - Você... merece se distrair.


- Está sendo complascente de novo...


- Quer que eu faça o que? é tudo o que eu posso oferecer a você antes de sua última decisão.


- Eu... poderia escolher não me sacrificar...


 Noiro faz uma pausa.


- Poderia sim... - fala ele. - Mas aí eu não poderia olhar para seu rosto nunca mais.





- Bem, temos que nos livrar dos guardas... isso é óbvio até pro Melekão... são menos, nós podemos levanta-los... e ...


- Não. - resmunga Melekashiro.


- Talvês ele esteja certo... - fala Cymasi. - Eu mal aguentava um dos outros... esses aí devem pesar umas cem toneladas...


- Impermeabilizar o chão então?


- Não. - fala Melekashiro outra vez.


- Como assim "não"? - resmunga Del. - Não vai funcionar?


Melekashiro ergue a mão e concentra-se. um tentáculo de areia e seu múcuo é projetado da rocha que os escondia, tocando sua mão.


- Esses então têm focus em terra?


- Mais... ou menos... isso. - rosna o Mnemogoh.


- E ... então o que sugere que façamos?


(*)Eles querem um plano SEU? Devem estar mesmo desesperados. Bem, eu conheço sete formas básicas de resolver este impasse, duas delas que seus amigos jamais tomariam... mas, eles consultaram você, meu velho... Que tal expor a SUA proposta?


- Melekashiro... sugere... ESQUAPITAR!...


O corpo do Mnemogoh começa a borbulhar e aumentar de massa a olhos vistos.


 



Há uma descida que vai na direção da aldeia abrigada até a passagem estreita que dá na caverna, e uma passagem mais íngreme que não entra na aldeia. A primeira concede abrigo das vistas para entrarem na casa, mas é a direção que os guardiões de rocha estão olhando. O segundo, uma pessoa desceria por vez, e atacariam o guardião da direita obrigatoriamente.

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

[Conto] O gelo de Bornea, Parte 1


- Sua velocidade e coordenação são fenomenais, mas não me impressionam, Srta. Daiki!


 


 Chan e Kioru precisam se coordenar muito naquela manobra aérea para não cair de vez. Mas os dois conseguem restabelecer o vôo... E investem novamente contra o inimigo.


 


 Sir Ezekyel era um cavaleiro dos céus relativamente pouco experiente, mas diante da Wenhajin, que estava em seu primeiro ano, ele e seu grifo Bastyan levavam vantagens. Considerando que Sir Ezekyel era cavaleiro da corte Kjeriana há mais de vinte anos quando se postou a serviço de Yius, não teve muito trabalho para adaptar suas técnicas em solo para o combate nos céus.


 


- Não se lamente ao ser derrotada, Milady! - fala o Cavaleiro, que com uma finta evita o ataque de carga e o avanço de Kioru. - O Grifo leste me contou de você! Excepcionalmente letrada, e conjuradora de magia divina! Ninguém pode ter tudo ao mesmo tempo!


 


 Kioru, vendo seu alvo agora o perseguindo, fecha suas asas e deixa a gravidade agir, envergando com o dorso para baixo. Parecia exposto, e Bastyan acelera para tirar vantagem daquela aparente vulnerabilidade. Ezekyel apontava a lança de treinamento - madeira maleável com ponta emborrachada - para atingir sua adversária.


 


 Kioru deixa seu oponente mais veloz atingi-lo, e firma com as garras de águia nas asas de Bastyan. Como um golpe de judô, o Grifo de Chan inverte a situação, deixando o dorso de Bastyan e o cavaleiro kjeriano na direção do chão.


 


 Tranquilamente, Ezekyel usa sua lança para soltar as garras de Kioru e os dois grifos se afastam. Quando Ezekyel percebe que Kioru não estava com sua amazona, era tarde demais.


 


 O grifo do Kjeriano ainda tinha velocidade, enquanto a cruzada de Asura usava seu dom de queda suave para se aproximar. Bastyan chega a piar alertando, mas em poucos segundos a wenhajin os alcança, e o orgulhoso cavaleiro dos céus se via imobilizado pela lança de treinamento de Chan... No dorso do seu próprio grifo.


 


- Não se pode ter tudo, Sr. Ezekyel. - retruca a cruzada.


 


 







 


 


- Sua opinião, sacerdote Poe... - pergunta o Mestre Flinster.


 


 Sir Poe era um representante do alto clero. Mestre na diplomacia internacional acabou sendo versado nas obras de geopolítica de Meliny, o que o levou a cada canto do mundo. Era mais viajado do que qualquer Pena-de-bronze em atividade.


 


- As cantigas falam "Nos cumes que pintam-se de branco com a chegada de Noror foi feito seu ninho". - relembra ele. - Há leve vulcanismo na sub-cordilheira de Bornea, mesmo sem ser ligado às montanhas de fogo e gelo do norte da Kjéria... É possível que provoque um desgelo nos cumes.


 


- Então por quinhentos anos procuramos em regiões de clima mais ameno quando deveríamos ter insistido para o norte! - pragueja Flinster.


 


- Quando perdemos o domínio do Ninho das Águias nos comprometemos encontra-lo por nós mesmos. - observa Poe. - A amazona Asuka Daiki nos trouxe um rabisco num mapa que segundo ela foi apontado por um Anjo de Luminahak. Pondero se estaríamos desfazendo nossa promessa com uma informação vinda dos céus...


 


- O anjo Yssamael estava preso pelo próprio Luminahak na forma humana. - fala o cavaleiro do grifo norte. - A meu ver ele não era celestial, apesar de trazer "pistas celestiais".


 


- Bem... Se quiser mesmo investigar a região, aconselho apressar-se... - fala Poe. - Essa região é por demais instável. Possui uma disputa interna e Kjéria pousou seus olhos na região. Se os Kjerianos tomarem o poder e sonharem com o que há escondido naquelas montanhas, talvez jamais recuperem o Ninho.


 


 







 


 Kioru e Bastyan pousam nos poleiros do monastério. Ainda não havia dado o Toque do Silêncio, o que garantia um último cumprimento.


 


- Você não lutou como poderia, Sir Ezekyel. - fala a Wenhajin. - Foi fácil demais domina-lo.


 


- Tenho muitos anos de cavalaria, milady. - Fala ele, sem sequer abalar-se com a indiscrição. - Quando usava armadura do Kzar, jamais ousaria erguer a mão contra uma dama. Esse hábito será difícil de perder.


 


- Então, prometo ajuda-lo a suplantar essa falha, se me ensinar aquela finta rápida. - sorri a wenhajin. - Teria ajudado muito quando combatemos Drakentar.


 


- Amanhã, Milady. - fala o cavaleiro, prestativo e direto. - Ainda tem algumas semanas antes de voltar às viagens, creio eu.


 


- Pela manhã. - insiste ela, desconversando. - Serei levada ao Sacerdote Balthazur antes do almoço.


 


 Os dois se despedem brevemente e seguem em corredores opostos. A ala feminina era sensivelmente menor no monastério, pois não mais que três amazonas penas-de-bronze foram escolhidas por vez. Naquela geração, apenas Chan ocupava aquele setor do prédio no penhasco, sem estradas ou outro acesso conhecido senão pelos céus.


 


- Percebe que acabou de estimular um homem a espancar mulheres?


 


 A cruzada de Asura curva cerimoniosamente quando a presença imponente de um senhor de barbas e cabelos brancos surgia no corredor, ornamentado com armadura negra e dourada e um par de asas impecavelmente brancas em cada pena. O Deus da Justiça parecia terminar uma breve caminhada quando surge diante da wenhajin, e olha ternamente enquanto ela se curvava.


 


- Acha que fiz errado, meu senhor? - pergunta ela.


 


- Não... - fala o líder do panteão, sem mudar sua expressão paternal. - Uma donzela com uma arma na mão é um oponente que não se deve ignorar. Você mostrou isso a ele. Falava que tanto na cultura cavalharesca como em sua terra natal há tabus e receios quanto às mulheres em combate. Você parecia particularmente susceptível em ignorar isso.


 


- Não acontecerá de novo, meu senhor.


 


- Não é uma repreensão. - fala Yius, ajudando-a a alevantar. - Apenas uma constatação. Os tempos mudam... A sociedade muda... E mais cedo ou mais tarde os carvalhos centenários se curvarão aos ventos. Você é esse novo sopro, Asuka-chan. Eles estão receosos, mas deverão aprender e aceitar.


 


- Por isso se oculta dos olhos de meus companheiros de ordem? - pergunta a Wenhajin. - Na Cruzada não parecia se importar em ser flagrado...


 


- Está entre seguidores incondicionais da Ordem e da justiça. - fala Yius. - Enquanto... É saudável que aventureiros como Saldintrais, Destreza e Pesligeiros que lembrem-se que estamos... Observando.


 


- O sino... - pondera Chan. - Está ... Demorando para o Toque de silêncio...


 


- Porque há um assunto ainda a ser tratado. - fala Yius. - Devem esperar você no Salão norte. Apresse-se.


 


 







 


 Flinster do Vento norte, Yehak do vento sul, Asmodeu do vento Oeste, e o tutor da amazona wenhajin, Mestre Grymmah do Vento Leste encontravam-se no salão e acabavam de enviar o senescal buscar a Wenhajin quando Chan adentra os portões surpresa. Os quatro líderes da Ordem dos Penas-de-bronze encontravam-se reunidos. Além dos quatro, estavam lá Sir Poe dos Senhores da Lei e Sir Ezekyel.


 


- Shalaay sussurrou em seus ouvidos, amazona. - fala surpreso Grymmah. - Aguardávamos sua chegada.


 


- Não acredito que tenha sido o Advinho, mestres. - adianta-se ela respeitosamente, encarando o olhar duro de Ezekyel e Poe. - Algo está errado?


 


- Não... Na verdade, há muito não está tão certo. - fala mestre Flinster. - Sir Poe veio com a decisão de uma das duas tarefas que propôs à ordem.


 


- A absolvição de Spaniel?


 


- Esta epístola ainda encontra-se com o Rei Glandar, que deverá ponderar muito se desafiaria os nobres gaurianos. - informa Asmodeu. - Eu mesmo a entreguei, e confio em Yius que ilumine a decisão do rei de Gargurus.


 


- O Sumo-sacerdote estuda a incursão, Amazona. - adianta Flinster. - Em poucos meses será organizada uma incursão pela cordilheira de Bornea atrás da indicação que nos trouxe. Ainda este ano é possível que encontremos o Ninho das Águias. A fortaleza esquecida da Guerra da Magia.


 


- Estou muito feliz por ter tido uma pequena participação, meus mestres. - fala Chan sem esconder um sorriso esperançoso.


 


- Sua participação será maior nesta reconquista, Amazona. - fala Sir Poe. - Bornea é cobiçada por Kjéria que mesmo em crises internas busca ampliar território. Se Bornea cair nas mãos do Kzar, talvez não recuperemos os tesouros lá guardados... Bem como a honra e memória dos que sucumbiram à insanidade de Donaire.


 


- Perdoe-me sacerdote Poe... Mas insinua que neguemos ao Kzar conhecimento de nossas intenções em Bornea?


 


- Bornea pertence ao Grande Branco, Cavaleiro Ezekyel. - fala Yehak. - Sem uma unidade política reconhecida, não há quem tente ficar contrário a nossos interesses. Mas uma vez que o Kzar esmague os defensores locais... Sua sede de glórias não diminuiu sequer com o fim da Guerra de Felgoz. Os segredos da mais antiga Ordem de Yius merecem estar conosco, e não expostos em um museu ou ornando uma câmera de tesouros de guerra.


 


- O regente é soberano em suas terras, senhores. - fala Ezekyel.


 


- O Direito dos deuses suplanta qualquer outro, Cavaleiro. - fala autoritário Asmodeu. - É o primeiro Bastião! E esse foi o nome que o senhor usou para batizar sua montaria sagrada. Sabemos que há conflitos entre sua vida mundana e sua nova Ordem, por isso deverá aprender a se despir de posturas tendenciosas.


 


- Por isso enviará a novata comigo? - encara o cavaleiro. - Nada em absoluto contra Milady Chan, mas a missão só exige um Pena-de-bronze. E pela prioridade, deveria ser algum protegido pelos Ventos do Norte como eu, e não por um dos ventos do Leste... Além do mais, eu sou um nobre Kjeriano! Teria mais força política se necessário for.


 


- Asuka-Chan é mais versada que o senhor nas Leis dos Homens, e foi quem descobriu a nova localização do Ninho das Águias, Cavaleiro. - fala Flinster paciente. - Por isso ela vai. Asuka-chan ainda está em processo de reconhecimento, e suas virtudes auto-indicadas não é ignorada por nós. E estarão entrando em zona de possível conflito. Por isso dois de vocês vão.


 


- O conflito não é declarado, mestres. - fala a Cruzada. - E por mais grata que eu seja pelo reconhecimento, há um ponto nos argumentos de Ezekyel... Poderá haver conflito de liderança.


 


- Ezekyel é Cavaleiro formado, Milady. - Continua o Cavaleiro do Grifo Norte. - Ele ouvirá com respeito e sabedoria suas observações e decidirá o que for melhor. Pela manhã, equipamento e recursos estarão à sua espera na Ala Norte.


 


- Devemos buscar aventureiros, mestre? - pergunta o Kjeriano. - Meus antigos companheiros vivem não muito longe de Bornea...


 


- Somente se for imprescindível, Ezekyel. Não sabemos com certeza que é o local correto... E não podemos deixar exposto o interesse de Jus por um território tão afastado.


 


 O cavaleiro encara os sacerdotes longamente, e enfim se curva.


 


- Seremos os Olhos e Ouvidos de Yius, como prometi em meu ingresso, mestres.


 


- Considerem o Toque de silêncio e dúvidas que por ventura tiverem serão sanadas com o alvorecer. - fala Asmodeu. - Procedam com as orações e com o Sono, e até o alvorecer. Fiat Jutitia.


 


 Todos repetem o cumprimento Fiat Jutitia enquanto os sacerdotes se separam. Nenhum som mais poderia ser feito até o alvorecer. A wenhajin se sentia desconfortável com a missão... Parecia uma provocação a Ezekyel. Com o número mundial de cavaleiros dos grifos sagrados não superior a quarenta, não seria como na Cruzada.

sábado, 19 de novembro de 2005

ATO III TOMO III - A Queda


OFF: Mal a demora. Tive um "problema ocular do olho de visão" e por isso não pude ver com os olhos, mesmo tendo dois.


Voltemos à programação normal.


 


PS2: não deu para revisar aqui no trampo, pois estou indo p'ruma reunião. à medida que correr, eu reviso.






 A marcha foi suspeita. Mnemogoh era velho conhecido dos cruzados: ninhada demoníaca de vastos poderes e estirpada de sua individualidade. O único a fugir desse estigma era melekashiro, que apesar da sonoridade cômica de seu nome, sabia impor temor a seus adversários.


 Outro possuiu tal individualidade: o "Mnemogoh Negro", uma cópia do Melekashiro (um dos poderes dos Mnemogoh é criar cópias do próprio corpo) adquiriu individualidade, mas personalidade oposta à do criador. Buscou a corrupção de Div para adquirir inteligência, e a usou para se postar contra seus adversários. Apesar de ser inferior ao original em talentos e poderes, por muito pouco os cruzados não sucumbiram, especialmente quando o gênio maligno descobria novas funcionalidades de seu corpo.


 Melekashiro era "limitado". Era maior e mais forte, mas incapaz de explorar seus taentos à totalidade... e teria sucumbido se não fosse a intervenção de Delminthis e da Caçadora de Kindred, que deram fim definitivamente ao Mnemogoh negro...


 


... ou não deram?


 


Therak observa que o líquen do corpo de Melekashiro adiantava-se ao próprio, oculto em sulcos, estendendo seu tato e outros sentidos à frente de onde ele realmente estava. Provavelmente Melekashiro estava ciente da localização de Vilo... e sabe-se lá o que. E a capacidade intelectual, embora não constante, era de se impressionar. Mas mesmo o Mnemogoh negro era incapaz de lançar feitiços... e aquele acabara de fazer.


 Therak e Thiago carregavam o corpo da Youkai atentos a tudo no caminho. Del puxava conversa com Melekashiro (Off: PBMSN. Infelizmente não salvei a conversa ). E a tensão era total.


 O caminho era menos difícil do que o anterior, mas Melekashiro parecia muito mais tenso agora que quando enfrentando os monstros de pedra.


- Algo errado, Grandalhão? - sussurra Del.


- Não acreditar... - fala ele.


- Não acreditá no que?


- em... Nada.






CYMASI

- Está quente aqui... - reclama a Meio-elemental. - Abafado...

 Therak, preocupado, avalia o solo. O clima não havia mudado tanto, embora a umidade do ar fosse baixa. Não havia indícios de vulcanismo ou emissão de gases...

- Não dá para... parar? - pergunta ela, afrouxando suas roupas.

 Todos ignoram.

- Ei! O que estão fazendo? - resmunga ela. - Vão me dar o tratamento do gelo, é?

- Não... - fala Melekashiro. - Do Deserto...

O Corpanzil da criatura se transforma em areia. Com uma lhufada de vento, a areia se espalha, mudando completamente a paisagem e soterrando os demais cruzados. Cymasi, em pânico, abriga-se atraz de uma rocha...

 Quando tudo para, vê-se sozinha, em um platô arenoso. A areia seca parecia beber até mesmo o suor de sua pele. Cymasi sentia suas forças minando-se.

- Só pode... ser Ilusão... - resmunga ela. - Mas... Eu sinto minha pele... eu...

 A meio-elemental tomba. Arrasta-se atraz de uma sombra para tentar se refrescar.





VILO


- E aí? - pergunta Vilo. - Querem que eu vá na frente?


 Ninguém responde.


- Qualé, galera! - retruca o Halfling. - O que houve?


 Dex tropeça no Halfling, e quase cai.


- Ah, o que foi, frajola? Não está me vendo não?


 Dex ignora.


 Vilo percebe que ainda estava sob efeito de sua invisibilidade... e não conseguia desativa-la.


- Galera... problema aqui... - grita o Halfling. - Ei! Sigam minha voz!!!


 Nenhuma reação.


 Vilo chega a sacodir a cauda do Dex, que depois de alguma insistência, gira a garra, quase acertando o rosto dele.


- Dex? - adianta Therak. - O que houve?


- Algum Gremling tentou me atacar! - fala o Felítrius.


- Que mané Gremlins! - urra Vilo. - Conte o pessoal! Tá faltando o Halfling! Putaquipa...


 Therak começa a branir a espada. Dex seguia-o. Seus movimentos eram imprevisíveis.


 Vilo precisa recuar... e precebe que estava entre os dois e o penhasco..






CHAN


 Chan aproxima-se da Encosta. Ela olha para baixo alguns segundos, e sente uma tontura. Precisa de muita concentração para se afastar.


- Não pode ser... - pensa a pena-de-bronze. - Eu tinha superado minha acrofobia...


 Chan olha seus companheiros que seguiam sua jornada. Ela estava envergonhada... ia ser novamente uma inútil?


 E então, um leve tremor. Chan fica paralizada por estar tão perto da encosta... e então, dela, um tentáculo negro pastoso a atinge, e arrasta-a centímetro a centímetro, na direção do precipício.


Chan não conseguia sequer gritar...






DEL, THERAK E MELEKASHIRO


- Ei... - observa Del. - Cadê o Agá?


- Como assim? - responde uma voz sem emissor. - Eu estou aqui... cadê o Vilo.


- Agá... cê tá invisível!


 Therak acompanhava com o radar a localização dos seus aliados. Ela não condizia com o que constatava com os olhos.


- Acredito que adentramos na região de ilusão do Youkai da montanha. - fala Therak.


- Melekão... conhece essa área?


Melekashiro sorri.


- Tão bem como você conhece seu corpo, elfo...


 Os dois cruzados ficam em silêncio.


- Você que é o Yoaukai da montanha, né?


- O Youkai da Montanha... O Rei de Terra... e aquele que não pode ser morto...


 Del, que era carregado no ombro, percebe que seu corpo esguio afunda no plasma de Melekashiro, à medida que ele ficava mais sombrio... beirando a negritude total... Não havia como não reconhecer o Mnemogoh Negro.


- Senhior Del... Cuidado! - grita Therak.


 O construto usa seu visor termal para tentar evitar atingir Del, e golpeia com sua espada o monstro...


... Ele chega a ouvir um inesperado baque metálico... e ao mesmo tempo que o Mnemogoh soltava Del, uma descarga elétrica atingia-o arremessando longe...





THIAGO, DEX E ARMAGEDDOM


- Chan? - adianta-se Thiago. - Cadê ela?


 O Maccubus olha para traz. Realmente a Pena-de-bronze estava ausente.


- Ei... - observa Del, que caminhava mais afastado. - Cadê o Agá?


- Como assim? - responde uma voz sem emissor. - Eu estou aqui... cadê o Vilo.


- Agá... cê tá invisível!


- Não estou... - fala SHrits. - Poderia... mas não estou!


 Del, Therak e Melekashiro continuam a caminhada normal. Thiago sentia-se desconfortável.


- Tem alguma coisa errada... - fala ele. - Eu... acho que estamos na tal ilusão...


- Therak e os demais parece não nos ouvir... - observa Dex. - Mas... Grr... tem um cheiro familiar no ar...


 Thiago presta atenção. Reconhece também um cheiro.


- Sangue! - grita ele.


 O trevilense concentra seu olhar e reza para que o Dom de Asura bastasse para romper aquele véu de ilusões. Ele vê o "mundo real" de relance, na forma de dois fantasmas... Um, o que Dex havia farejado: Pluma Negra devia ter seguido-os... e terminava de degolar num ataque traixoeiro Chan...


- N... não! - berra Thiago.


 Pluma começava a correr. Thiago estava possesso por um ódio assassino... A assassina tevtava se ocultar, quando uma lança surge e atinge-a pelas costas... e a eletrocuta a ponto de sair fumaça de seus ouvidos e narinas.





ARMAGEDDOM


Thiago e Dex saem correndo (O mestre imagina que um vai tentar impedir que o outro faça bobagem). Armageddom tentava correr, mas de repente os dois, bem como as "namoradas assasinas/assassinadas, desaparecem no ar.


 Armageddom olha ao redor... estava sozinho... ou ao menos imaginava estar sozinho.


- {Até que enfim} - fala uma voz num dialeto Felgoziano que o maccubus quase esquecera. - {Sem os mortais, e longe dos deuses que o acolheram, a missão será facilitada}


- Ah... tava até demorando para vocês aparecerem...


 Armageddom refina os sentidos telepáticos de Shrits, e de alguma forma parecia ter desfeito a ilusão. Seus aliados estavam no chão, embrulhados em uma planta roxa de aspecto demoníaco... e adiantado a ele, três criaturas altas e magras, de corpo alongado, vestindo túnicas. Os filhos de Felgoz traziam consigo um humanóide com protuberâncias de rocha e metal cromado, e um homem com cabelos negros compridos e olheiras profundas, e cabelos longos compridos e esvoaçantes, com uma espada larga em mãos.


- Devemos agradecer à interferência do Youkai. - fala o humanóide. - Nossa missão de eliminar os fugitivos estará próxima do fim quando o Armageddom for eliminado...

domingo, 13 de novembro de 2005

Ato III Tomo II: Concorrentes à Espreita


Não estranhem a pressa, pois passarei a fazer o oposto. Mas entrando na Montanha, poderei levar num rítmo mais condizente com membros que acessam uma vez por semana.


Ainda assim, preciso de algum compromisso.





 Uma parada no caminho da Montanha do Youkai é feita para desfazer do cadaver do prizioneiro. Chan realiza uma missa improvisada, interiorizando o choque que as recentes atitudes dos heróis tem provocado. Blindstrike viajou meio império com tramóias, mesmo assim conseguiram mantê-lo vivo até o fim da jornada.


 Talvez Shiro Tatsusama estivesse certa ao questionar a bondade e indulgência: Mesmo Chan prefere manter-se alheia quando os "companheiros de caráter duvidoso" tomam rédeas.


A derrota no desafio de Shiro Tatsusama, a recusa de Noiro em participar, a morte do prizioneiro, e o grau de ameaça potencial do Youkai da montanha ditam os ânimos dos Cruzados em sua jornada. Os problemas internos com Cymasi pioram ainda mais as coisas. Spaniel era uma ausência sentida, por mais que Thiago tentasse substituí-lo...




(Off: por causa da baixa moral, todos rumam com -1 em FA e em testes de I e R resistidos).


- E aí, Therak?... – pergunta Del. – Ce tava tendo problemas antes... E agora?


 Therak percebe que está no sopé da montanha, em cima da parte rochosa que constitui o complexo geológico.


- Audição, Tato e olfato não sofreram mudanças. – informa Therak. – Visão em escala dois, equivalente à élfica, inalterada...


Therak concentra-se um pouco...


- A partir de Grau três começa a ficar nublada. – fala ele. – De grau quatro em diante, sou completamente cego. Minha visão anterior alcançava grau sete.


- O que mais podemos contar com seus sentidos, Therak?


- Acabei a checagem. – fala o construto. – Mantém-se meu radar, e a infravisão fica embaçada pelo campo magnético proveniente da terra, mas posso contornar essa situação sem penalidades. Raios X foram sensivelmente afetados... Não posso ver mais profundo que um bolso. O mais suspeito é que o alcance de meu vínculo com Veritas é de 5 metros.


- O meu com Kioru também está dificultado... – fala Chan. – Mas a presença da magia divina em mim está regular... Del? Cymasi?


- Acho que temos magia arcana... – fala Del.


- A montanha... – fala Cymasi. – há bolsões de antimagia elevados há uns trinta metros... E acompanha com o vento!


- por isso que o “vôo” era difícil... – pondera Thiago. – Therak vê os bolsões?


- Negativo. – fala ele. – Ver o Invisível também deve ter sido afetado... Mas percepções arcanas não.


- Deve ser meios de defesas contra sentidos e dons naturais... Como os dos Youkais... – pondera Thiago. – É como entrar no território de caça de um grande predador na escala dos Youkais... Feras usam sua urina para intimidar invasores... Isto intimida mesmo Youkais...


- Bem, pode me considerar um Youkai então... – fala Del.


- Grrr... Noiro avisou de teleportes... Vilo... Invisibilidade?


- Acho que consigo... Mas... Bem, vamos ver na hora.


- Checamos equipamento e recursos... – pondera Armagedom. – Eu deveria testar minha mudança de forma, mas devo poupar meus poderes.


- Galera... – fala Del. – Olha só isto aqui...


Todos vão aonde Del apontava... Parecia uma pegada enorme feita na rocha sólida.


- Putz... – fala Vilo. – Olhe bem: não houve quebra na superfície de pedra... É como se ele absorvesse a rocha para subir... Ou então é uma pegada arqueológica, tipo antes do Grande Inverno...


- Vamos torcer por uma pegada pré-invernal... – sorri Del.


- tem certeza? – pergunta Chan. – Um monstro que não sente efeitos do tempo que vive antes dos Humanos nascerem?


- Eh... Pensando bem... Tomara que seja recente.




 

- Seus assassinos chegaram... – fala Pluma Negra. – Mas... Eles? Será que são necessários?

- Os Cruzados dispõem de grande poder. – fala Osuma Shorian. – Estou no rastro deles há dias... E agora que eles tomam cuidado redobrado com minha simpatizante no grupo, e com os sentidos daquele construto iluminado, não podemos arriscar.


- Mas... Usar eles não parece método do seu clã...


- Meu clã aprendeu a usar da força e dos meios à disposição. Estamos nos aproximando de minha terra, e lá conseguirei guerreiros dignos... Mas nada me impede de uma última tentativa com os meios... pouco honrados.


Pluma Negra observa os cinco que se juntaram. Quatro deles calados e curvados olhando para o chão, e o “líder” com olhar fixo... Do tipo que morreria para cumprir a missão... e talvez regressasse dos mortos para ter certeza.



“só facilita ainda mais as coisas para mim, bastardo...” pensa Mika. “Você e seu mestre definitivamente não merecem viver!”


- [Deixe-me adivinhar...] – adianta Noiro quando Kaede, cabisbaixa se aproxima. – [“você é poderoso e não tem nada a perder... por que não ajuda eles?”]


- [Decisões baseados na lógica... Aprendi hoje que não são necessariamente as melhores.] – fala Kaede. – [Eu... Senti a compulsão de pedir para o senhor Thiago e seus amigos tentassem algo com os locais, mas em minha cabeça achei que era o certo concentrar-se na montanha... Parecia o mais certo a fazer... E era a decisão desses honrados heróis que tem experiência de luta maior que a experiência que eu tenho de vida em geral. Sinto-me... Culpada...]


- [Gastei minha última gota de “sensibilidade” noite passada, Kaede.] – fala o ninja ríspido. – [Eu fui professor de jovens desorientados e já vi esta exata cena centenas de vezes. Pessoas com espírito fraco que buscam os “sábios” querendo ouvir uma resposta que já prepararam como “tudo vai dar certo” ou “não é sua culpa”. A maturidade consta de olhar para si mesmo e dar essas respostas, e não atormentar os outros.]


- [Se fosse verdade o que diz eu... Já teria deixado tudo isso... Com Cymasi...]


Noiro fecha sua expressão.


- [A cabeça me diz... “Isso não é com você! Salve sua vida!”... Prove-me que não é verdade.]


- [Não posso]. – retruca o ninja.


- [Você deveria me dar um motivo...] – fala a gueixa com olhos mareados. – [Não tenho nada que sustente os argumentos do meu coração!]


- [Cale-se... Por... favor!] – urra contidamente Noiro.


- [Você teve trezentos anos para esperar esta “missão”... para ficar afastado de tudo? Eu não devo ser egoísta com meu destino, mas você o é a cada passo da jornada? É isso! Eu deveria...]


Noiro impede que ela continue a gritar suas frustrações agarrando pela gola do Kimono. Seus reflexos condicionados fazem com que suas mãos fossem mais rápidas que sua consciência, e vê uma adaga na mão inábil, com a lâmina voltada à garganta de Kaede.


- [Solte a moça!] – fala um aldeão, armado com uma enxada. – [Solte essa moça, seu arruaceiro!]


Noiro ignora. Kaede estava além do pavor, inabalável.


- [Você já fez isso antes...] – sussurra ela. – Assassinar aquele que deveria pedir favor aos deuses... Você já tirou de Kuori tatsusama o direito sobre a vida... Faça isso de novo!]


- [A armadilha de Naron me faz reviver aquela noite a cada instante que fecho os olhos... e nestes últimos dias me faz vê-la morta de novo...]


- [Então por que não faz? Porque não quer viver mais trezentos anos com a maldição de seu povo? De seu Shogun? Dos seus deuses?]



- [Eu viveria mais mil anos ignorando-os...] – continua Noiro. – [Ainda assim... esta é a última coisa que eu quero fazer... O oposto do que eu quero.]


Ao atravessar pela estrada mais “fácil” os heróis projetam a dificuldade para a mais difícil. Era um vão coberto de areia entre rochas gigantescas. Um ponto de emboscada surgia a cada trinta metros, mas felizmente nenhum aproveitado... Ao menos aparentemente.


A vantagem dos sentidos e do alerta de Therak foi vital durante a Cruzada ao Templo de Asura e até aquele momento. Mas agora foi reduzido a 10% de sua capacidade.


A subida era difícil. Por várias vezes eles saíram da estrada e recuperaram o rumo por sorte. Esperava que no trecho “civilizado” fosse mais fácil.


Havia no mapa um trecho onde poderiam tentar contornar a aldeia Youkai escalando. Felizmente esse não era o plano, pois jamais encontraram tal ponto. Enfim, o trecho era mais definido, como se escavassem na rocha sólida... Mas a passagem era estreita.


- Cheiro de carne... Assada. – fala Therak. – Habitação à frente. Ruído de labaredas crepitando. Estamos ao favor do vento, o que é uma boa coisa, considerando que Youkais devem ter mesmos sentidos que os meus.


- Então vamos falar baixo a partir daqui... – sussurra Dex.


- Eu pensei que não fôssemos fazer emboscadas... – reponde Cymasi.


- Isso se chama “não dar chance ao azar”. – Fala Vilo.


- Contato visual... Aldeia Youkai.


Therak se esgueira até uma rocha protuberante na estrada entalhada. Era possível ver uma cabana de madeira e raízes rudimentar, antes de um platô. Mais nada naquela direção, exceto aproximando-se um pouco. A passagem era estreita, permitindo dois por vês passar. Kioru, por seu grande tamanho, precisava passar sozinho. Era possível escalar o paredão rochoso a leste, mas havia possibilidade de ser visto por alguma sentinela na aldeia.


- Therak... Raios x?



- Inúteis. – fala o Construto. – Mas o que me incomoda é... O Silêncio.


Todos se aproximam (off: indicar a ordem) e os dois que encabeçavam a fila percebem o porquê: A aldeia estava parcialmente destruída, e deserta, exceto por uma fogueira com uma ave a assar, e um apático humanóide com ancas de tigre azul a mexer com o fogo. Um olhar mais cuidadoso mostra que ele não tinha o braço esquerdo.


 


 


- Veja, meu velho amigo... – fala a Rei de Terra. – Como prometi, seus dons de controle se ampliam. Viu como você fez Shrits correr? Acredite... com sua força e meu cérebro, seremos o concorrente mais poderoso.


- Amigo... – fala grutalmente seu acompanhante.


- Ah... fala do cruzado? – brinca o regente. – O reino é pequeno. Ou havia interferência divina por atrasarmos nossa jornada para perturbar o Time de Djin... Mas não há segredos dentre os servos de Asura. Eles se tornaram públicos demais... e se soubessem a natureza dos Desafios, se arrependeriam de terem dado atenção a Grlinn Cahalli, ou aos grande número de personalidades que encontraram no caminho.


- Torre de ... Pedra?


- Não, meu velho amigo. Sua vaga está garantida. Vim verificar o potencial do lendário Youkai da montanha... e vejo que talvez não seja preciso sujar suas mãos... ou devo dizer... NOSSAS mãos?


- Amigo...


- Sim, um deles é seu amigo... mas eu sou seu amigo há mais tempo, lembra? Viajávamos como eles... mas você evoluiu, e eu não precisava mais de grupos. Hoje somos superiores... Apenas faça sua parte do trato, que eu farei a minha.


CONTINUA