Thiago declama tudo o que pode naquele amedrontado grupo, com os samurais ainda atacando. Chan mal ouvia o que falavam, pois era basicamente ela e dois aldeões com formação comprometida detendo o avanço dos samurais.
E então, Cymasi desaparece a seus olhos. Win-hen e Thiago avançam sobre os samurais...
- THIAGO! Não!!! - grita a pena de bronze. - Devemos recuar!!!
Mas já era tarde.
Chan faz um encantamento breve para manter a vida de um dos aldeões caídos. Mas o outro, não pode fazer nada. Lágrimas escorrem ...
- Thiago...
Chan só vê seus aliados afobados cercados por samurais. D'artagnhan avançava bravamente, mas nem mesmo aquele magnífico cavalo de batalha conseguiria vencer cem metros entre quase cem soldados inimigos. Win-hen não andou dez passos.
- Kioru! - grita Chan.
O Grifo salta bruscamente. A missão que era distração e bloqueio, agora, havia se tornado resgate. Olhando por cima do ombro, os três aldeões que optaram por ficar, recolhiam Nagata ainda desacordado... Com sorte, alcançariam a mansão...
... Com sorte, ao menos Thiago, Chan resgataria com vida.
Vilo vê tudo em grande velocidade... Só age de impulso.
Desorientado, ele agarra-se a algo de pano... Precisava salvar o elfo...
E então, o som assombroso... três estocadas severas de flechas, atravessando a carne. Só naquele momento o Del percebe que era o alvo dos atiradores de elite, e que receberia os ataques...
Vilo havia se teleportado... e empurrou um dos arqueiros de Nagata na direção das flechas.
- Oh... meu... - fala assombrado o elfo.
Vilo morde o lábio em arrependimento. Os outros dois arqueiros tentam alcançá-lo, mas o corpo pesava demais para Vilo segurar sozinho. Ele cai no meio do exército.
Qualquer pensamento em reagir era frustrado por novas flechas certeiras que se aproximavam. A posição de Del estava comprometida.
Dex recebe um golpe doloroso pelas costas e urra. Ele precisava de tempo quebrando algumas pedras...
Logo, dois soldados inimigos seguravam firmemente seus braços e forçava-no a se ajoelhar, enquanto um terceiro preparava-se para cortar sua cabeça fora...
Mas a providência intercede, na forma de dois colossais punhos de rocha esverdeada. Os que detinham Dex são golpeados pelo colosso protetor da Esmeralda, e o Felítrius dá cabo do terceiro ele mesmo.
- Vilo! Agá! - grita Dex. - O COlosso vai proteger vocês!
- VILO NÃO...
Dex não ouve Armageddon. Simplesmente salta no ar.
- Ele vai concluir a missão... - sussurra Armageddom vendo Dex rumar para os agrupamentos onde estava Okinawa...
O General das tropas vermelhas percebe a aproximação... ergue sua Katana para combater...
... mas para a sua surpresa, ele pousa no cavalo de Pluma negra e tenta segurá-la.
Três flechas dolorosas perfuram suas costas... uma costela com certeza foi partida... e talvez um pulmão...
- WAMETE! - grita Pluma ainda em choque para os arqueiros que se aproximavam pelo sul. - [Vocês vão acertar o mestre!]
Dex ponderava se aquela manobra era para salvar a vida dele ou era mesmo preocupação com Kaira Okinawa, mas não podia pensar. Deveria ser rápido... Teve muita sorte até agora...
Com um impulso, Dex salta para cima, carregando a relutante elfa-negra. A gravidade parecia não agir....
- Beleza... - sussurra o Felítrius.
- O que você estava fazendo lá? - grita ela nervosa. - Queria morrer?!? Aquilo é um exército, seu louco!
- Eu sei... - sorri Dex, estendendo a mão para a ônix.
Pluma vê o que ele ia fazer... olha para baixo, de onde ainda via o líder do exército inimigo.
Dex fazia força. Quebrar a pedra sem algo sólido como o chão era difícil... e se tornou impossível quando a elfa agarrou seu punho para tomar a pedra.
- PARE! - grita ele. - O que está fazendo?!?
- Você foi longe demais! - retruca a elfa. - Não pode fazer isso!
- Largue ... minha ... Pedra... Mi-chan!
Dex não pode conter a língua. O silêncio constrangedor...
- Mais um motivo para não permitir que mate meu padrinho. - fala ela enfim.
Therak tenta um vôo rasante tocando o chifre de Nalkbathaãs, mas só consegue chamar mais atenção para si mesmo...
Flechas voavam contra o construto em baixa altitude. Therak não podia sequer defleti-las pois em cada ponto do solo havia algum humano. Ele demora para desistir da manobra na esperança de ver o chifre fazer efeito no solo estável daquela colina... mas não é o que ocorre.
Enfim, uma descarga de energia negra o atinge pelas costas. O feiticeiro estava livre da paralisia e o seguiu. O ataque não feriu a integridade de Therak, mas quase que minou sua reserva de energia. O poder de vôo de Therak foi desfeito, e ele cai pesadamente no meio do exército, que agora pisoteava maldosamente seu corpo caído.
Veritas tentava se aproximar mas tinha seus próprios problemas. O feiticeiro, livre de Therak, voltava suas atenções para a ave, impedindo que alcançasse o mestre.
O colosso de rocha sabia como deter o avanço de oponentes, mas acabou ilhando Armageddon na caverna artificial. Ele também não podia sair... E a cada instante recebia ataques destrutivos. Seria destruído em breve... e talvez não resistisse mais se a ônix atacasse.
Os arqueiros, Del e vilo ainda cobriam-se das flechas vindas dos três arqueiros de elite quando percebem que um pequeno grupamento de samurais escalou a encosta... Estavam cercados.
Win-hen era monstruosamente resistente aos ataques, seja por sua armadura, seja pelo auxílio de Cymasi... mas ela não o curava tão rápido quanto ele recebia golpes. E logo, estava sem energia vital para sacrificar por ele...
... então, um golpe na poça de uma katana mágica destrói sua formação. Ela tomba inconsciente, trespassada na perna por uma espada mágica.
Win-hen cai logo depois, mas desta vez rendido.
Thiago é derrubado de cima de D'artagnhan enfim com uma flecha. O cavalo não consegue alcançar seu aliado... mesmo o Grifo é incapaz de atravessar o mar de oponentes armados, que o fustigavam. Chan, em desespero, salta do dorso do Grifo e pousa ao lado de Thiago, que sangrava muito... Abre algum espaço com sua lança-trovão, mas percebe que era uma posição de cerco...
Um dos jovens que Taiguro convenceu a juntar-se ao exército se aproximava do corpo do arqueiro que Vilo sacrificou por Del. Percebe que ainda estava vivo, embora tivesse quebrado o pescoço.
- [O mestre mandou matá-lo!] - fala um dos soldados.
- [Ele não é Gaijin, nem genin.] - protesta o cadete. - [Não deveria ser morto!]
- [Ele é Inimigo!] - grita furioso o soldado. - [Inimigos TEM de morrer!]
- [Bom que você pensa assim...]
O cadete gira sua espada em arco, e quase rasga ao meio o soldado assassino, mesmo com sua armadura.
Depois sentia remorso... Nagata sensei ensinava aquela manobra.
Nagata recuperava a consciência. Percebia que sua luva havia sido substituída pelo anel de Thiago...
- [Nagata-sama!] - fala o ancião, muito ferido, mas consciente. - Fracassamos. Não pudemos entrar no cerco da morte com os outros...
Nagata olhava a manobra condenada. Mesmo em superioridade, o exército invasor havia cometido erros infantis... Talvez... Se tivessem planejado mais, tivessem alguma chance de vencer... Se não tivesse deixado os gaijins tomarem todas as decisões... Ele teria ensinado disciplina.
E então, Nagata encara o horizonte, e percebe o quanto estava errado. Mais soldados se aproximavam.
- Devem ser quase duzentos homens! - grita em um misto de frustração e cólera. - Eles têm mais homens que o SHOGUN!
Chan gira mais uma vez a Lança, mas via que Kioru não duraria mais. D'artagnhan havia tombado para o lado e eles provavelmente iriam executá-lo. Therak defendia-se como podia... Dex era o único que não estava completamente cercado pelos inimigos... E mesmo assim, perdia-se em uma batalha pessoal com Pluma Negra.
Thiago levanta-se... Com o sorriso zombeteiro de quem não ligava para a morte. Ergue seu florete, e preparava-se para a investida...
Chan quem dá a última cartada.
- [Nós nos rendemos!] - grita ela. - [Todos... parem de lutar!]
- Chan... não! - ainda queixa-se o irracional mosqueteiro.
- [Eu sou a filha do Daymao e digo que suas armas não nos interessam mais, Cruzados!] - fala ela, tomando o florete de Thiago, que mal poderia protestar.
Os samurais afastam-se de Win-hen e de Therak. Os animais param de ser golpeados... E embora D'artagnhan ainda saltasse, Kioru cessa seu avanço, com asas e dorso feridos.
Dex olhava para baixo. O Colosso de esmeralda começava a ruir... Soldados apontavam espadas, lanças e arcos para Armage-vânova no interior.
- O demônio! - fala num misto de triunfo e alívio Okinawa, vendo o maccubus. - Isso explica tudo.
E enfim, Nagata caminhava, com a espada embainhada acima de sua cabeça.
As cornetas eram o que mais estranhavam naquele momento. Parecia uma marcha avançando para combate... Mas então, todos percebem o olhar perplexo dos soldados, bem como do líder do batalhão, voltando-se para os guerreiros que se aproximavam.
Uma comitiva de três adiantavam-se... Um, com a armadura idêntica à do Líder, mas com a máscara abaixada, pendurada no pescoço. à sua direita, Kaede com uma bandeira branca... e à Esquerda, Noiro, vestido como samurai de Okinawa.
Os cruzados são reagrupados diante do grupo que se aproximava. O líder da armada segue também, fortemente protegido. Chan restaurava a consciência de Cymasi.
- Não se importa se eu falar em idioma gaijin, ou se importa? - fala o intruso.
- Ele vai entendê-lo, Okinawa-sama. - responde Noiro.
- Okinawa?!? - espanta-se Chan.
- Kaira Okinawa, patriarca da família Okinawa vassalo de Tsé. - fala ele. - E ... surpreso em ver que possuo dois exércitos... e que estou sentado sobre aquele cavalo lá! E gostaria de saber quem deliberadamente colocou minhas cores.
O general invasor remove sua máscara lentamente, e mostra um senhor orgulhoso posto contra a parede. Os samurais e soldados mascarados fazem o mesmo. Nagata reconhece os veteranos e os novatos, mais alguns que ele jamais havia visto antes... Alguns seus mestres, outros seus alunos. Todo o exército invasor era composto por Samurais e guerreiros de Daiki... e o Daymao liderava a campanha.
- PAI! - grita chan assombrada. - Então... Del estava certo!
Cymasi recupera a clareza da visão, e seus olhos encontram os de Noiro, que acena positivamente.
- Se tivessem feito como eu instrui, ganhariam tempo para eu chegar e impedir que sangue fosse derramado. - fala ele severo.
- Você gostaria de explicar o que é isso, Daiki-sama?
- Não tenho mais por que esconder. - fala ele. - A culpa disso tudo é de Asuka de Meliny.
- Não... pai... - fala Chan, com lágrimas. O ódio entre seu pai e seu irmão o levou à loucura.
- Nós tivemos rivalidades no passado, Kaira... Nada que chegasse a fazer um erguer armas um contra o outro no passado, mas se eu tivesse algum nobre que pudesse convincentemente se tornar um inimigo invasor, seria você.
Desde que a notícia de meu filho ter cometido o Seppuku, jamais acreditei que um verme desonrado tivesse subitamente decidido limpar seus erros. E sabia que, se ele trabalhava tal farsa, em pouco tempo viria a Wen-ha... e provavelmente a minhas terras. E realmente, um ano depois, seus amigos e minha filha surgem em Aikidaiô.
Durante este ano, dividia as atenções entre reerguer minhas terras e forjar armaduras e vestimentas baseadas nas cores de Tsé e Okinawa. Uma pequena fortuna que se mostrou bem gasta afinal. Informantes meus me avisaram que minha filha e os aliados de meu filho se aproximavam, e então, juntei meus samurais e inventei uma viagem... teoricamente às suas terras, kaira.
Nagata não podia ser envolvido no plano. Embora creia que ele seguiria bem seu papel, eu suspeitava do passado entre ele e meu filho, especialmente no incidente com a vampira nas terras do Império um ano antes. De qualquer forma, o Dai-samurai chorando a perda de sua honra tornaria meus planos ainda mais convincente.
O ataque em si não estava em meus planos, ainda mais quando eles cederam à pressão e admitiram que Asuka estava vivo. Mas Nagata orgulhoso ao invés de ordenar os servos todos a se refugiarem, formou sua resistência. Eram Genins, poderiam morrer... mas os Gaijins se mostraram ainda mais ousados. Perdi o controle com o calor da batalha, e sangue, dos dois lados, foi derramado".
- Calma lá... - fala Cymasi. - Você é pai de Chan, e Pluma Negra é sua filha... então, Chan é irmã de Pluma negra?
- Sua mente caótica me confundiu, bruxa Youkai! - fala Kuroro com raiva, apontando acusadoramente para Cymasi. - Por quatro vezes liberei você em gesto de boa fé, e você não ia! Praticamente implorou que eu te matasse! Eu pretendia usá-la para tirar Chan do conflito, mas acidentalmente falei "minha filha"... E quando você perguntou mais, convenci você que falava de Pluma Negra. Estava sem noção da bobagem que falei, mas uma idiota como você...
- Chega, pai! - urra Chan. - Você não vai insultá-la!
- Estou em minhas terras! - urra Kuroro. - Insultarei quem EU QUISER!
Para um homem cruel e frio como o Daymao perder as estribeiras daquele jeito, os heróis tinham idéia da penitência intelectual que Cymasi deve ter o posto à prova.
- Não sei se o senhor ouviu. - fala Noiro com descaso. - Suas terras foram tomadas por Okinawa.
O Daymao encara seu rival.
- Se tudo corresse bem, nenhuma ofensa sequer chegaria a seus ouvidos, Kaira. - fala o Daimao. - Sou um homem de posses e influência, garanto que poderemos chegar a um consenso sobre sua compensação.
- Meu pai conheceu seu avô, Daiki-sama... - fala o general rubro. - No tempo dele, a honra e a pureza do nome do daimato valia mais que status. A vida de seus servos não era instrumentos de joguetes.
Kuroro Daiki cerra os dentes com força.
- Está me desonrando diante de meus homens, Kaira Okinawa! - fala o daymao furioso.
- Eu até pretendia... Mas cheguei atrasado. Com que respeito seus súditos olharão para você após forçá-los a matar seus aliados?
Nesse momento, um dos soldados de Kuroro (ainda com as vestes de Okinawa) arrastava-se carregando o arqueiro que recebeu as flechas de Del e caiu do penhasco. Ele o posta diante de Cymasi...
- [Mitarai...] - sussurra assombrado Nagata. - [ Você estava envolvido com esse absurdo?]
- Ele está com o pescoço quebrado... - diagnostica Cymasi. - Preciso me ajuda aqui...
Del olha para Vilo, censurando-o, mas não ousava falar nada. Deveria ser o elfo lá. Vilo morde o lábio, proibido de falar.
- Se ele morrer... você pagara! - fala Thiago abusado.
- E quem pagará por Taiguro, que foi degolado POR TRAZ? - fala o Daimao. - Se tivessem interrogado, ele provavelmente falaria... Foi bom para meu plano a execução, mas péssimo para o carma de seu assassino!
- O sangue dos dois está em suas mãos, Kuroro-sama... - fala Okinawa pesaroso.
- Não ouvirei de um forasteiro como governar minhas terras! - rosna animalesco Kuroro. - Nagata! Cumpra seu dever!
Todos olham espantados.
- O que foi isso? - pergunta Cymasi desorientada.
- O Daymao desafiou Okinawa para um duelo, e ordenou Nagata como campeão... - fala Thiago. suando frio.
Um dos samurais de Okinawa adianta-se a Kaira e estende sua espada.
- [Nagata-sama é mestre da técnica da Espada invisível e superou mestre Hiroshi em Taijutsu, Otomo.]- fala o general. - [Você acha que tem alguma chance de derrotá-lo?]
O samurai olha por cima do ombro, com um olhar intimidado para o defensor de Daiki.
- [Meu sangue lavará sua honra, meu mestre.] - responde respeitosamente o samurai.
- [O motivo de escolher um campeão para o nobre desafiado é dar chance justa a alguém em desvantagem.] - fala com olhar sereno Kaira. - [Se você tem certeza da derrota, não vejo porque mandar outro cumprir o meu destino.]
- [Eu posso derrotar Nagata-sama!] - insiste o Samurai.
Kaira toma sua espada, caminha à frente das tropas, e se posta em posição.
- Okinawa vai lutar?!? - espanta-se Thiago. - Ele tem setenta anos! Não tem chance alguma!
- Se você tivesse honra lutaria você, e não seu soldadinho, Daymao! - protesta Win-hen.
- Eu não vou ouvir lições de honra de um bárbaro... - rosna o Daymao. - Se ele abrir a boca de novo, abatam-o como a um animal!
- Nagata estava às portas da morte ha pouco... - sussurra Cymasi. - Talvez o senhor okinawa tenha alguma chance...
Thiago balança a cabeça em desaprovação, poucos instantes antes de Nagata jogar de volta o anel de regeneração.
- Okinawa-sama... - fala Thiago. - Deixe-me ser seu campeão!
- Você é Gaijin. - fala Okinawa, ajoelhando-se cerimoniosamente. - Somente samurais podem ser campeões.
- Nagata... Você é mesmo tão covarde a ponto de continuar com isso? - pergunta Dex.
- Faça alguma coisa, Chan! - protesta Hivânova.
- A lei... Está com eles... - fala Chan, ainda atordoada.
Okinawa termina uma breve oração. Nagata não chega a fazer o mesmo... fica de pé, encarando o nobre a postar-se diante dele.
- Em posição, Samurai! - fala Okinawa.
- Nagata... se você ferir ele, vai responder A MIM! - grita Thiago.
- Que seja! - fala o Daymao. - Se preferirem, façam fila.
Nagata não conseguia olhar nos olhos de Okinawa. O nobre achava que era sinal de desrespeito ou que desconsiderava ele como oponente digno... Mas na verdade, seu olhar encontrava com o de uma raposa branca, que estava no topo da colina...
- Antes de continuarmos, não quero meu Daymao seguindo a pista errada. - fala ele.
- O que?
- Sobre Asuka. - continua Nagata. - Devemos os créditos a Thiago, que descobriu que Taiguro era um espião. Ele inventou aquela história achando que eu e ele estávamos em conluio... e só com a traição de Taiguro, ele me confessou... A história do samurai Hykaru era um engodo...
- Engodo? - exclama Kuroro.
- Eu continuei com o plano do Gaijin, dando esperanças ao oponente que Asuka poderia inclusive chegar... Mas até então não acreditava que era o senhor, meu Daymao. Os gaijins eram meus aliados seguindo para a morte certa, não me mentiriam. Seu filho morreu com as seguintes palavras nos lábios: 'Eu perdôo meu Pai'.
- Quando foi isso? - pergunta Cymasi.
- Shh... - resmunga Vilo, quase dando um cascudo na meio-elemental (mas se Matt quiser, pode mudar para "deu um cascudo")
- Eu quis dizer isso... - fala Nagata. - ... como cumprindo minha função ... pela última vez.
Nagata desembainha a espada da lâmina invisível, e atira-a para Okinawa, que olhava suprprezo.
- Volte e pegue aquela arma! - grita Kuroro furioso.
- Minha família já abandonou a mansão. - fala o samurai. - Yoko havia dito que saberíamos sobreviver sem o apoio do Daymato, mas eu não abandonaria sua honra com a sua morte, mestre. Mas assim como você pensou de Asuka, morreu e renasceu alguém que eu não reconheço...
- Você não vai me querer como inimigo, Nagata...
- Eu sou diferente de Asuka, senhor. - fala ele. - Você perseguia aqueles que gostavam de Asuka, e ele se exilou para protegê-los. Incomode aqueles que eu considero, e você morre.
Nagata caminha para fora atravessando a armada de Okinawa.
- Mitarai... - grita o Daymao. - Assuma como campeão no lugar de Nagata!
- Não se troca campeões com duelo iniciado, pai. - fala Chan. - Seu campeão lhe deu as costas... E sua filha também!
Chan caminha seguindo os passos de Nagata. Atraz dela, os três camponeses sobreviventes, os arqueiros, e um grupo de seis do exército de Daiki...
(e ... imagino que os demais).
- O que você quer? - pergunta atormentada Pluma Negra.
- Porque você vai continuar com Kuroro, Mi-chan?
- Eu sou Pluma Negra agora. - fala ela. - Treinei muito para chegar a ser o que eu sou. Michelle era uma intermediária apenas. Você nunca me conheceu!
- Não é verdade... - fala Dex.
A elfa negra tirava as vestes.
- Posso ter alguma privacidade? - fala ela.
Dex vira-se.
- Meu nome é Miko Lee. - fala ela. - Acho que conhece o nome.
- "Lee" é do Shogunato do sul...
- Dos antigos senhores desta terra. - fala ela. - Meu pai foi primo do shogun de Lee Akira-sama. E era opositor a Shorian Yatah, um velhaco que enfeitiçou a irmã do Shogun. Ele quebrou o feitiço e foi punido com morte e traição...
- Yatah? - piondera Dex. - Já ouvi esse nome...
- Yatah exigiu compensações pela perda da noiva. - fala a elfa. - O Clã Lee ainda é o mais fraco, mal conseguindo manter o domínio do Shogunato para desafiar um Shorian. Sua família foi banida... e eu decidi que os culpados deveriam morrer...
- E então, deixou Meliny...
- Shorian poderia seguir meus passos onde quer que eu fosse no reino, mas não fora dele. - fala ela. - E os Wenhajins subestimam as técnicas ladinas gaijins. primeiro, com guildas pequenas como a que nos conhecemos... Depois de minha "Morte", um clérigo de Shallay me reencarnou...
- Pensei que Wenhajins não pudessem reencarnar ou ressuscitar assim...
- Não gostamos, e em regra, não aceitamos... mas para mim foi melhor. O Deus da reencarnação mostrou que meus paços eram os certos... me deu o poderoso corpo de um Drown. Com ele, consegui ingressar na Irmandade da Pólvora e criar a identidade e personalidade que viria a ser Pluma Negra. Ela pode se vingar daqueles que provocaram a disgraça a minha família.
(espaço para Roleplay).
- Não está decepcionado, Kamlyn? - pergunta surpreso Nagata.
- Se ser samurai não é bom o suficiente para meu pai, não é bom o suficiente para mim! - fala o pequeno, batendo a mão no peito orgulhoso. - E os deuses estavam a seu lado! Mamãe me disse... E estava certa!
- Estava mesmo... - fala Nagata, abraçando-a. - No final, a sabedoria deles me trouxeram à luz.
- E eu falei sério em sermos capazes de sobreviver sem o título de Samurai. - fala ela.
- Nossa família vai com o senhor, Nagata-sama. - fala o mesmo idoso que decidiu por lutar com os Heróis. - Eu vim para Daiki ha vinte anos porque o Daymao deveria nos dar proteção. Não vou ficar aqui nem mais um dia! Se o senhor puder, me ensine a lutar...
- E se o senhor puder... - fala Nagata. - Me ensine a plantar. Iremos para um lugar onde possamos viver com honestidade, e se possível, as armas serão desnecessárias.
Ao todo, os alunos mais novos de Nagata optaram por abandonar Daiki. Os demais - camponeses e guerreiros - Não ousavam perder o prestígio e a segurança que conquistaram naquelas terras. Nunca foi intensão de Nagata uma debandada em massa, estava satisfeito por ter dado a notícia da fim da invasão. Todos voltariam ao que poderia ser classificado como "vida normal"... Menos a família de Nagata.
- O que acha que vai ser das compensações com Okinawa? - pergunta Chan.
- Conhece a expressão gaijin "atirar no próprio pé"? - fala Noiro, livrando-se da armadura e voltando a o "preto básico". - Daiki é um shogunato importante de Tao, que seria nosso maior aliado para cumprir a purificação de Lee e a mudança do Shogunato. Vai sofrer desgaste político perante os Tsé que protegem Okinawa, mas são defensores incondicionais pela sucessão permanecer com Geen.
- Okinawa provavelmente vai ser elevado a daymato, enquanto Daiki sofrerá restrições de honra. - fala Chan pesarosa.
- Fizemos o que é certo, Noiro. - fala Thiago. - Mas... como você soube que era uma farsa?
- Eu não sabia. - fala o ninja. - Achei estranho o exército estar marchando do norte e não do leste, onde ficavam as terras de Okinawa. Mas se não achasse nada extraordinário, seguiria viagem com Kaede.
- Mas... você ... prometeu... - gagueja Cymasi.
- Há um motivo para samurais detestarem ninjas. - fala Noiro secamente. - O fato de mentirmos para nos livrarmos de choronas inconvenientes, por exemplo...
- Eu tenho certeza que você nos ajudaria de alguma forma, Noiro. - fala Thiago sorrindo.
- Acredite no que quiser que não incomode nossa missão. - fala o ninja. - Não devemos nos demorar aqui.
- Eu e minha família vamos para a fronteira sul, e de lá, viajaremos pelas terras de Tsé. - fala Nagata. - Com a gratidão de Okinawa, vocês podem vir conosco, se quiser...
- Acho que não, Nagata. - fala Armageddon. - Pelo mapa, devemos ir a Aikiobara, então, o melhor caminho é por Fung Kyo...
- Não vamos para lá por Fung Kyo. - fala Noiro. - temos problemas.
- O que foi desta vez? - resmunga Del.
- Vamos para Shora. A cidade dos Shorians.
- Eh... Quer dizer a cidade do clã de feiticeiros que não quer que nós tenhamos sucesso?
- O Escorpião não quer que tenhamos sucesso. - corrige Noiro. - Ele não é o representante da vontade do clã... Ainda...
- "Ainda?"
- Isso mesmo, Kaede. - fala Noiro. - Segundo Okinawa, ele aceitou o desafio ao Daymao. Será uma luta um contra um... Se o Escorpião vencer, ele terá poder total sobre o clã shorian inteiro, um daimato de Wu, para jogar contra nós...
- Se for um duelo um contra um, o que poderíamos fazer? - pergunta Thiago.
- Poderemos ...
Noiro ia falar, mas volta-se para Cymasi.
- Eu pensei que eu tinha dito para eliminar o Shorian que nos segue...
- Hein? - espanta-se Cymasi.
Therak surgia, com o cadaver de um corvo nas mãos.
- Ele não chegou a ouvir nada. - fala Therak.
- Familiares corvos possuem vínculos com seus mestres e entendem o idioma dos homens. Se não fosse por Therak, o Escorpião já estaria esperando por nós... Mas já que você não matou o feiticeiro, teremos nós mesmos de arranjar uma forma de despistá-lo.
- Considerando que as aves obedecem seu mestre, como poderíamos fazer isso? - pergunta Vilo. - Se rumarmos por qualquer trilha ou estrada, eles deduzirão para onde vamos...
- Vamos pelo deserto escuro. - fala Noiro.
- O Deserto? - exclama surpresa Chan. - Mas é perigoso!
- Com sorte nós nos envolvemos em algum perigo, e sobrevivamos... E com isso tiramos os corvos de nossa cola. É fácil se perder nas montanhas Mei-kay. Talvez uma breve incursão por elas...
- Tem um motivo para chamar as montanhas de "Mei Kai", noiro... - fala Thiago. - Aquilo é um verdadeiro inferno.
- Se o rastreador estivesse morto, medidas tão drásticas poderiam... eh... espere...
Noiro ergue a mão espalmada para o céu nublado e olha com interesse.
- Alguém mais vê isso? - pergunta Kaede mordendo o lábio inferior.
- Como não ver? - fala Thiago.
- Não vê o que? - pergunta Dex, tentando olhar.
- Não vêem a noite surgindo? as estrelas dançando? - protesta Thiago.
- Noiro-sama disse que só aqueles fortemente vinculados com o carma conseguem avistar os astros falando, Thiago-sama... - fala Kaede.
- Já vi o bastante. - fala Noiro. - O Carma de Cymasi está vinculado com o de nosso perseguidor. Ou nos trairá para os Shorians em um futuro próximo... ou já traiu.
(espaço para Roleplay)
EPÍLOGO:
O novo rastreador entra com receio no quarto mal-iluminado que Kuroro Daiki se instalou.
- Mestre... - fala ele. - Os espiões quer saber se ainda quer que vigiem sua filha...
O daymao toma o conteúdo de uma caneca quadrada de uma golada só e responde:
- Que "Filha"? - fala ele. - Eu não tenho filhos!